Quanta saudade.
Obrigada a todos, já passamos de 2000 visualizações, iuhull.
Esta semana estava lendo uma veja antiga (05/11/2014) e reli o artigo da Lya Luft, e achei pertinente compartilhar aqui com vocês!!!
A nau de todos
Então o país pareceu dividir-se ao meio: a diferença entre vitoriosa e derrotado foi minúscula, mas sela nosso destino por mais quatro anos, ou muitos mais.Democracia é difícil, às vezes dura de aceitar.
É verdade que por um voto apenas a eleição estaria decidida, a favor de uma ou da outra metade dos eleitores.
O ruim é que esse meio a meio dá uma ideia - verdadeira ou falsa? - de que existem realmente duas metades: a dos ricos e a dos pobres. A dos ilustrados e a dos desinformados. A dos dependentes de benesses do governo e a dos que se viram por si, lutando contra impostos altíssimos, juros mais ainda, recentemente desemprego e outros obstáculos mais.
Tudo isso confunde a cabeça de quem olha o Brasil de fora, ou não tem energia, tempo, estudo para pensar aqui mesmo: pesar é um luxo quando se passa muita dificuldade.
Somos uma população exausta e maltratada: refletir sobre as condições de vida é desconfortável, e isso esta eleição mostrou - mudar dá medo.
A metade que queria mudar ficou entristecida, mas também fortalecida e unida nas lutas atuais e futuras: isso foi bom.
A metade que queria que tudo continuasse como estava ficou feliz.
Esta´perseguida pelo tolo fantasma de que mudar significa perder os benefícios que recebe, o que naturalmente não aconteceria - mas a gente acaba acreditando e segurando firme isso que de momento representa a tábua de salvação ou um conforto a mais, a geladeira nona, a TV de tela plana, quem sabe um carrinho... despreparados que estamos para enxergar e enfrentar as dificuldades graves da nossa economia: viva a ilusão.
São necessários longos tempos de aprendizado, informação, crescimento, para poder ver, analisar, discernir.
Muitas das bondades concedidas aos brasileiros precisariam vir acompanhadas de séria e rigorosa preparação para o trabalho e, consequentemente, para emprego.
E que houvesse abundante emprego.
Como tal não ocorre, e não quiseram mudança, vamos prosseguir como estamos, e por mais quatro anos será isso.
Porém, em sendo democracia, é preciso respeitar a escolha da maioria, ainda que a maioria tenha sido minúscula, 3 pontos percentuais de diferença em uma população imensa.
Ou ainda que seja um voto só.
Respeito é virtude e educação ao mesmo tempo.
Devo respeitar meu amigo, meu adversário, meu parceiro, meu competidor, meu empregado e meu patrão.
Meu velho pai, alias me dizia quando eu enfrentava na juventude alguma escolha difícil: "Para esse lado, minha filha, você corre mais risco de se sair mal; por aquele lado, penso que tem mais chance de ir bem; mas, seja qual for a sua escolha, o pai estará aqui para você".
Essa frase tem a ver com respeito pelas escolhas alheias, como no fim destas eleições.
Tem a ver com a certeza de que de parte a parte haverá decoro e dignidade para não sermos uma selva de vingança e rancor, autoritarismo e controle, mas uma real democracia: isso, sim, a todos nos dignificará.
Por mais difícil que seja: as apostas foram altas, as emoções, intensas.
Resta desejar que, entre ganhadores e perdedores, o adversário não seja visto como inimigo - nem se porte como tal.
E que não se esqueçam as promessas, não se deixem de lado os planos, não se desculpem desvios da rota que podem nos lançar sobre rochedos fatais.
Acima de tudo, que não sejamos um país dilacerado, mas consciente de que, entre vitoriosos e derrotados, estamos todos no mesmo barco que enfrenta mares revoltos, sobretudo na economia - independentemente da economia mundial.
Todos deveríamos remar juntos, tendo em vista o mesmo fim: crescimento econômico, paz política, bem-estar dos cidadãos, segurança, educação e, não se esqueça, integração no mundo dos mais avançados, conquistando o respeito deles, e com eles tendo ótimas relações, sejam diplomáticas, sejam comerciais, para não ficarmos isolados e pequenos.
Num período como este, belas palavras podem trazer muita ilusão, mas facilmente se tornam laços que nos fazem reféns de tudo o que dissemos, prometemos, negamos - ou fingimos esquecer.
E isso nos será cobrado.
Colaboração na digitação do texto: Mamadi!
Tenham uma ótima semana, reflitam, pensem e rezem.
Fiquem com Deus..
Bjim
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